domingo, 13 de janeiro de 2019

Descoberta no chá dos Açores substância (...)

Descoberta no chá dos Açores substância que combate Parkinson e Alzheimer

Um especialista português em bioquímica descobriu que o chá dos Açores possui uma substância que fomenta as funções cognitivas, pode combater demências como Parkinson ou Alzheimer e aumenta a criatividade.

“Depois de fazer uma recolha [de chás de todo o mundo] cheguei à conclusão que o chá dos Açores consegue ser superior aos outros em teor de polifenóis“, declarou à agência Lusa o investigador José Batista, doutorado em bioquímica analítica, que já esteve ligado a várias universidades portuguesas e do Canadá.

Os polifenóis são substâncias químicas que estão presentes nos vegetais e frutos, indicando estudos científicos recentes que são muito benéficas aos seres humanos e, por isso, devem ser incluídas na alimentação.
De acordo com a comunidade científica, os alimentos que são ricos em polifenóis possuem várias ações importantes no corpo, sendo antioxidantes, ajudando ainda a dar mais energia.

O investigador, que estudou dezenas de chás da China, Japão e Tailândia – e estuda esta planta há cerca de 10 anos, publicando estudos científicos – salvaguarda que existe um chá chinês “muito semelhante” ao açoriano, cultivado junto ao mar, mas com três vezes mais teína do que o chá verde dos Açores.

José Batista, que está a desenvolver estudos para apurar em qual fase da planta do chá dos Açores existe a substância que vai aumentar as funções cognitivas, refere que este é “menos amargo” do que os restantes, o que o levou a suspeitar que possui um aminoácido que só existe nos Açores, ligeiramente adocicado.
O cientista, além de concluir que o chá dos Açores “é mais rico”, quer agora criar condições para explorar esta potencialidade do chá verde, destacando que o aminoácido, meia hora depois de ingerido, chega ao cérebro e vai estimular os neurotransmissores como a acicolina, que combate o Alzheimer e a Doença de Parkinson, por exemplo.
Explicou ainda que o aminoácido identificado no chá dos Açores possui um “efeito contrário” a excitantes como a cafeína, surgindo como um relaxante natural sem efeitos secundários como a sonolência, como nas benzodiazepinas (Xanax).

O investigador declarou que o aminoácido tem também efeito sobre as ondas que o cérebro emite, “aumentando a criatividade” no ser humano.
José Batista, que já colaborou com o Instituto de Oncologia do Porto no desenvolvimento de metodologias que ajudam a diagnosticar o cancro em fase prematura, fez a opção pelo estudo do chá devido à sua riqueza em antioxidantes.
O chá foi introduzido nos Açores no século XIX, tendo a planta vindo do Brasil, sendo esta a única região europeia a produzir esta cultura.
Mantêm-se hoje duas unidades, as fábricas da Gorreana, um negócio de família que começou em 1883, e Porto Formoso, ambas no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

Fonte: Lusa



O Chá nos Açores

A cultura do chá terá sido introduzida nos Açores no início do século XIX, por volta de 1820, pelas mãos de Jacinto Leite, um micaelense que criou a primeira plantação de chá na ilha de São Miguel. A plantação foi feita com sementes trazidas do Rio de Janeiro, Brasil, onde exercia o cargo de comandante da guarda-real da corte de D. João VI.


No século XIX, o desaparecimento da produção de laranja nos Açores impulsionou os membros da Sociedade Promotora Micaelense para o cultivo do chá, tendo este atingido o seu apogeu na década de 50 com 250 toneladas, resultantes de 300ha de cultivo.

A primeira guerra mundial, e posteriormente as proteções aduaneiras ao chá de Moçambique desencadearam progressivamente uma crise. Em 1966, de 14 fábricas transformadoras de chá restavam apenas 5. Atualmente sobrevivem duas: a Fábrica de Chá Gorreana e a Fábrica de Chá Porto Formoso .


O que é o chá?
O chá é folhas secas da árvore do chá (camellia sinensis), pequena árvore da família das Teáceas. Todo o chá é proveniente desta planta e dos seus híbridos, sendo que a diferença dos chás reside na seleção das folhas e no seu tratamento.
Existem no mundo cerca de 3000 variedades de chá, todas elas com diferenças em sabor e características. Estas diferenciações ocorrem em função da área geográfica de origem, das condições atmosféricas, das “castas” das plantas e até mesmo das altitudes a que é produzido.


  • Da primeira folha sai o “Orange Pekoe” – um chá muito aromático e muito leve.
  • Da segunda folha sai o “Pekoe” – um chá menos aromático do que o “Orange” mas de sabor mais intenso.
  • Da terceira folha extrai-se o “Broken Leaf” – um chá de aroma e sabor mais leves e mais pobre em teína.

Processo de fabrico
Durante a colheita do chá, são apanhados os rebentos da planta quando a maioria apresenta já três folhas. Isto porque as folhas têm idades diferentes entre si e, como tal, composições químicas diferentes.

Cada uma das folhas dará um chá com sabor e aroma diferentes. Por outro lado, os diferentes métodos de processamento transformarão estas folhas numa das três principais formas de chá: preto, verde ou oolong.


Para obter chá preto, as folhas são sujeitas a emurchecimento e enrolamentos sucessivos, originando o parcial esmagamento dos tecidos. Posteriormente são expostas ao ar e sofrem um lento processo natural de oxidação, fermentação e secagem.

Para a produção de chá verde, as folhas são esterilizadas com vapor de água, depois enroladas e secas, utilizando o método Hysson. Isto dá origem a um chá rico em tanino, com sabor intenso e de cor verde.


O Chá e a saúde
O chá contém compostos bioquímicos chamados polifenóis, que incluem flavonoides. Estes últimos encontram-se também em frutas e vegetais e são antioxidantes, o que evita a degenerescência de células responsáveis por mais de cinquenta doenças.



Estudos recentes indicam que o consumo regular de chá inibe a aglomeração de plaquetas no sangue, evitando assim os perigosos coágulos, causadores da maioria dos ataques cardíacos e acidentes vasculares. Outros estudos apontam para o facto de o chá ser inibidor de alguns tipos de cancro, incluindo os do aparelho respiratório e digestivo, bem como os da pele.



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postagem: ck@stro 2019

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